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O veneno dos sagrados

por Luzia Pinheiro, em 12.12.14

Embriagados de prazeres terrenos

Nos embalos de venenos

Bebemos e comemos.

 

Cantamos e maldizemos

Na missa sagrada do Deus de Amor

Na coerência cartesiana do pecador,

Prenhe de certezas e humildades

Bajulador.

 

Compramos bulas e vendemos banhas de cobra,

Somos seres iluminados, 

Cínicos idiotas que na nossa esperteza saloia cuidamos ser finos.

 

Queremos ser famosos, 

Queremos ter um lugar no céu,

Queremos ser inteligentes,

Queremos ser belos...

 

Mas somos frouxos,

Chico-espertos,

Esmifras e mesquinhos.

Escondemo-nos em máscaras!

E somos reles bastardos que batem com a mão no peito,

E dizem mal do vizinho minutos depois...

 

Queixar... confessar e rezar.

E o mundo a andar,

A andar...

Arrependemo-nos no leito...

Mas o mal já está feito.

 

 

 

 

 

 

 

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publicado às 15:38

Exilada - poema de Florbela Espanca

por Luzia Pinheiro, em 09.12.14

Quem me pôs dentro de mim esta ânsia ardente

De quão é belo e puro e luminoso

se eu tinha de viver, humanamente,

Prisioneira d'um mundo tormentoso?

 

Quem me formou um coração fremente,

Torturado, exigente, cobiçoso

D'altura, d'infinito - se, imponente,

Veria limitar meu vôo ansioso?

 

Ah! Não sou deste mundo! O meu país

Não é este, onde o sonho contradiz

A realidade! Eu sou uma exilada, 

 

Que um duro engano fez nascer aqui!

Tirem-me da prisão onde caí!

Arranquem-me as algemas de forçada!

 

 

Florbela Espanca

 

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publicado às 15:31

Palavras improvisadas

por Luzia Pinheiro, em 26.12.08

Falo de cor palavras improvisadas
Frases construídas, canções inanimadas.
Desconstruo sentido
Do falar desconstruido
Sem saber, de cor,
O que digo, o que falo.
E quem ouve e o faz,
De cor, constrói.
E quem faz, fá-lo,
Sabendo que,
Animando com o que vê e ouve,
Improvisa a côr
Nas palavras que diz de cor.
 

 

 


Edgar Alves in "aedart.blogspot.com"

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publicado às 14:54

Moment

por Luzia Pinheiro, em 27.06.08

 

Noites vazias ao luar

 

Pensamentos constantes

 

E nenhuma vontade de algo fazer

 

Mesmo tendo tantas coisas que fazer...

 

E olho a lua branca

 

Lá no céu estrelado

 

Banhando a Terra com uma luz prata,

 

e logo me surge um único pensamento:

 

TU

 

E somente TU.

 

 

 

 

 

 

 

 

 

...

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

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publicado às 00:48

Segue o teu destino

por Luzia Pinheiro, em 17.06.08

Segue o teu destino,
Rega as tuas plantas,
Ama as tuas rosas.
O resto é a sombra
De árvores alheias.

A realidade
Sempre é mais ou menos
Do que nós queremos.
Só nós somos sempre
Iguais a nós-próprios.

Suave é viver só.
Grande e nobre é sempre
Viver simplesmente.
Deixa a dor nas aras
Como ex-voto aos deuses.

Vê de longe a vida.
Nunca a interrogues.
Ela nada pode
Dizer-te. A resposta
Está além dos deuses.

Mas serenamente
Imita o Olimpo
No teu coração.
Os deuses são deuses
Porque não se pensam.

               Ricardo Reis

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publicado às 19:35

As duas rosas

por Luzia Pinheiro, em 23.03.08

 

 

São duas rosas unidas,
São duas flores nascidas
Talvez no mesmo arrebol.
Vivendo no mesmo galho,
Da mesma gota de orvalho,
Do mesmo raio de sol.

 

Vivendo... bem como as penas
Das duas asas pequenas
De um passarinho no céu.
Como um casal de rolinhas
como a tribo de andorinhas
Da tarde no frouxo véu.

 

Vivendo, bem como os prantos
Que em parelhas descem tantos 
Das profundezas do olhar.
Como o suspiro e o desgosto,
Como as covinhas do rosto,
Como as estrelas do mar.

 

Vivendo... ai, quem pudera,
NUma eterna primavera,
Viver qual vive esta flor.
Juntar as rosas da vida
Na rama verde e floria,
Na verde rama do amor.

Castro Alves

 

ver aqui: http://www.orizamartins.com/poes-C-Alves-rosas.html

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publicado às 19:25

SILÊNCIO

por Luzia Pinheiro, em 26.10.07

Este foi um poema que me mandaram esta semana:

Silêncio

No silêncio tento compreender
O que Tu tens para me dizer.
Quero descobrir o que sou,
Que faço aqui e para onde vou.
É lá que restabeleço as minhas energias
Para lutar contra as azáfamas do dia a dia.
 
Nesse silêncio sinto a Tua presença,
Onde choro de tristeza ou alegria.
Onde não há espaço, não há tempo.
Não há noite nem há dia.
 
A principio é um prazer infinito,
É um mundo colorido feito de sonhos.
Mas quando chegam os pesadelos
Fico inquieto e um pouco impaciente.
Mas uma voz confortante,
Sentida como um apelo,
Grita bem alto dizendo:
“Arrisca, não tenhas medo!”
 
Mas existe outro silêncio,
Nostálgico e com gosto a vazio.
São as horas mortas perdidas,
Neste mundo em corrupio
Nestas vidas mal vividas.
 
O silêncio é sonho
Raiva ou frustração.
É esperança e inovação.
É o apreender e o crescer.
É feito no frio e no calor.
Será desejo, ou amor?
Mas também pode ser
Tristeza e dor.

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publicado às 15:56


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