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Palavras improvisadas

por Luzia Pinheiro, em 26.12.08

Falo de cor palavras improvisadas
Frases construídas, canções inanimadas.
Desconstruo sentido
Do falar desconstruido
Sem saber, de cor,
O que digo, o que falo.
E quem ouve e o faz,
De cor, constrói.
E quem faz, fá-lo,
Sabendo que,
Animando com o que vê e ouve,
Improvisa a côr
Nas palavras que diz de cor.
 

 

 


Edgar Alves in "aedart.blogspot.com"

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publicado às 14:54

Segue o teu destino

por Luzia Pinheiro, em 17.06.08

Segue o teu destino,
Rega as tuas plantas,
Ama as tuas rosas.
O resto é a sombra
De árvores alheias.

A realidade
Sempre é mais ou menos
Do que nós queremos.
Só nós somos sempre
Iguais a nós-próprios.

Suave é viver só.
Grande e nobre é sempre
Viver simplesmente.
Deixa a dor nas aras
Como ex-voto aos deuses.

Vê de longe a vida.
Nunca a interrogues.
Ela nada pode
Dizer-te. A resposta
Está além dos deuses.

Mas serenamente
Imita o Olimpo
No teu coração.
Os deuses são deuses
Porque não se pensam.

               Ricardo Reis

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publicado às 19:35

As duas rosas

por Luzia Pinheiro, em 23.03.08

 

 

São duas rosas unidas,
São duas flores nascidas
Talvez no mesmo arrebol.
Vivendo no mesmo galho,
Da mesma gota de orvalho,
Do mesmo raio de sol.

 

Vivendo... bem como as penas
Das duas asas pequenas
De um passarinho no céu.
Como um casal de rolinhas
como a tribo de andorinhas
Da tarde no frouxo véu.

 

Vivendo, bem como os prantos
Que em parelhas descem tantos 
Das profundezas do olhar.
Como o suspiro e o desgosto,
Como as covinhas do rosto,
Como as estrelas do mar.

 

Vivendo... ai, quem pudera,
NUma eterna primavera,
Viver qual vive esta flor.
Juntar as rosas da vida
Na rama verde e floria,
Na verde rama do amor.

Castro Alves

 

ver aqui: http://www.orizamartins.com/poes-C-Alves-rosas.html

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publicado às 19:25

SONHAR NAS NUVENS

por Luzia Pinheiro, em 28.08.07

"Tão longe estão as nuvens,
Que não as posso alcançar,
Tão longe está o céu,
E a minha forma de amar.

A minha forma de amar,
A minha forma de entender,
Tão longe estão as nuvens
Que não as posso reaver.

Reaver é possuir,
É sentir-se atraído por algo,
Ter nuvens é ter sonhos,
O meu sonho é ser fidalgo.

O meu sonho é ser fidalgo,
E à nobreza pertencer,
Ser fidalgo por um dia,
E nada deitar a perder.

Este é um entre tantos outros,
Que me dão sentido á vida,
São os sonhos, são as nuvens,
E o beijo da despedida.

E o beijo da despedida,
Que tanto deixa a desejar,
Os beijos são como as nuvens,
Que nunca podemos alcançar.

Que nunca podemos alcançar,
Nem tão pouco oferecer,
Passam as nuvens no ar,
E eu me delicio a ver... "

Quarta, 11 de Novembro de 1992

Retirado de um site que já não se encontra disponivel. Este poema foi escrito por um aluno/a da Universidade Nova de Lisboa.

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publicado às 20:13

Autopsicografia

por Luzia Pinheiro, em 11.08.07

O poeta é um fingidor.
Finge tão completamente
Que chega a fingir que é dor
A dor que deveras sente.

E os que leem o que escreve,
Na dor lida sentem bem,
Não as duas que ele teve,
Mas só a que eles não têm.

E assim nas calhas de roda
Gira a entreter a razão,
Esse comboio de corda
que se chama o coração.

          Fernando Pessoa

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publicado às 22:18


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